Não há nada como viver neste paraíso em que portugal se transformou, de junho para cá. Andávamos nós preocupados com a vida, acabrunhados com a crise, desiludidos com a política. A eleição do menino trapassos de salazarelho para nosso primeiro, foi uma benção caída dos céus. Com umas ajudazinhas dos diabos, mas isso é assunto tabú que nem é para aqui chamado. O nosso primeiro, menino trapassos e a sua equipa de competentes trapaceiros, limitam-se tão só a por em prática os principios do seu amado mestre salazar e da sua esplendorosa encarnação na terra, manuela salazareite. Salazar nunca deu subsídios, porquê darmo-los nós? Salazar amava e idolatrava os detentores das grandes fortunas, porquê não fazermos nós o mesmo? Salazar amava os pobrezinhos, mesmo muito pobrezinhos, porquê não empobrecermos, nós portugal? Salazar tinha um império para defender, como nós não temos... bem, aí estamos fodidos! Salazar era tacanho e mesquinho, de mentalidade troglodita, porquê não sermos semelhantes ao divino mestre? Salazar nunca fez a ponta dum corno pelo país, porquê fazermo-lo nós? E os portugueses, não gostando muito de arriscar e socorrendo-se das forças contidas nas suas entranhas, lá vão cantando e rindo, levados, levados sim. Haja futebol, haja missa todos os domingos, canções brejeiras para cantar e o milagre acontece. O fim da crise foi um acontecimento que, só mesmo o menino trapassos, com a ajudinha de sua santidade o presidente beato e virgem, sr. silva (respeitosa vénia)conseguiriam solucionar em tão curto espaço de tempo. A porra, são agora aqueles incompetentes políticos da europa e em especial da grécia e da espanha, que estão a emperrar o processo todo. Já poderíamos estar no grupo dos três primeiros, como no futebol, se não fossem aqueles empatas.