É um governo que, apesar das sucessivas campanhas de calúnias e mentiras, bem urdidas, ao longo de 4 anos, conseguiu a maioria de votos dos portugueses, para governar mais 4 anos. Para despeito de muitos mafarricos que andam por aí à solta. Logo, uma pequena recauchutagem é mais que suficiente. É necessário preservar o meio ambiente, reutilizando.
Sr. Carlos Silva, porque não gosto nada de ver disparates atirados ao ar (embora não tenha percebido bem se o seu comentário será irónico?), gostaria de o elucidar sobre as legislativas.
1º O PS não (repito: NÃO) «conseguiu a maioria de votos dos portugueses, para governar mais 4 anos». O PS teve 36,55% dos votos expressos, pelo que 63,45% dos ELEITORES QUE FORAM VOTAR optaram por confiar o seu voto noutro partido. 63,45% é bem mais do que 36,55%.
2º Se considerarmos que havia 9.514.322 eleitores inscritos e só 5.683.967 foram votar, então a vontade dos eleitores expressa-se por uns... 21,83% (2.077.695) - foi este o número de votantes nas políticas do PS.
3º 2.077.695 é um número que reflecte os cerca de 400.000 que recebem RSI, mais cerca de 700.000 reformados que recebem o CSI. São votos garantidos, pelo medo de perder (E REFIRO-ME APENAS AOS PRIMEIROS - RSI) a mama. Junte-lhe os «cegos que votam sempre PS (os outros também têm «cegos») e tem os 2 milhões de votos.
4º Não podemos esquecer o papel infeliz do Sr. Presidente da República com o caso das escutas a Belém. Foi mais um «tabu» que prejudicou o PSD (atenção que eu ponho PS e PSD no mesmo saquinho), não esclarecendo o que devia quando devia. Mesmo com os «tiros nos pés» de Manuela Ferreira Leite, as explicações do Presidente em tempo útil teriam (a meu ver), dado a «vitória» ao PSD.
5º Finalmente e este ponto tem a ver com o 4º, permita-me opinar sobre esta «vitória» do PS: com o aproximar das eleições, o país foi percebendo que a escolha se fazia entre «a pobre e o roto». Durante os 15 dias de campanha, os 2.077.695 preferiram «o roto». Tivesse o PSD um(a) líder à altura e a missa seria outra. O PS não é governo por ser melhor ou por ter feito um bom trabalho; o PS é governo porque NÃO EXISTIA ALTERNATIVA ao centro.
Sr. Carlos Silva não foi um governo vítima «das sucessivas campanhas de calúnias e mentiras, bem urdidas, ao longo de 4 anos» (aliás, a propósito disso poderiamos discutir as campanhas contra a comunicação social, os sindicatos e algumas classes profissionais ou as campanhas propaganda sobre o bom caminho do país). Nada disso. Foi um governo que pediu sacrifícios aos portugueses e que deixou o país pior do que (já) estava. Foi, sobretudo, um governo que foi feliz pelas disputas internas do PSD.
A prova é que, mesmo tendo «ganho» todos os partidos da oposição subiram o número de votos e de deputados.